Não tá tudo bem. E tudo bem

Você já parou para pensar quantas vezes desperdiçamos a oportunidade de dizer que não tá tudo bem. Quantas vezes essa pergunta chega até nós por pessoas que realmente estão interessadas em saber o que a gente está sentindo, quais as nossas angústias e frustrações, e a gente simplesmente diz sim por achar que essa é a resposta socialmente mais aceitável.

Com essa atitude, reforçamos a ideia de que o “Tá tudo bem?” é apenas uma pergunta retórica, sem sentido. Uma convenção social. E eu nem estou defendendo que a gente deva se abrir para todo mundo na primeira oportunidade que essa pergunta chegar até nós. É muito importante que a gente treine a nossa percepção e nosso discernimento para entender o que deve ser dito, e quem merece ser o receptor de tanta informação íntima e delicada. Em muitos casos, é recomendável que ela só seja dividida com um profissional.

Mas a resposta para o “Tá tudo bem?” pode ser um pedido de socorro, uma oportunidade de deixarmos claro que nem tudo está bem, e que precisamos de ajudar para mudar essa situação. É uma oportunidade de tirar a máscara de super-herói que a gente insiste em vestir de vez em quando, e mostrar que também temos nossas dores, nossos medos, e que uma mão estendida pode ser importante nesse processo de retomada das nossas vidas.

Em tempos de pandemia, crise política e demonstrações claras de intolerância, racismo e desvalorização da vida humana por parte significativa da nossa sociedade, é normal que o medo nos consuma e que a resposta para essa pergunta seja um “Não”. É compreensível que estejamos ansiosos e apreensivos demais para ver um “tudo bem” no fim do túnel. Não há nada errado em dizer que nem tudo está certo. Você pode não estar bem, e tá tudo bem.

É legal legalizar?

00be24c9-4d39-4e0e-afee-89069261ad70

Legalizem as Drogas! Essa é a manchete da revista Carta Capital de maio, que traz como matéria principal um amplo debate sobre a discriminalização da maconha, do crack e de outras drogas consideradas ilícitas no país. A matéria da jornalista Paloma Rodrigues dá voz a especialistas no tema e busca experiências positivas e negativas de outros países que ousaram dar um tratamento diferente a esta questão.

Gosto da Carta Capital pela coragem editorial em colocar na pauta assuntos polêmicos, e não cair na tentação do conveniente silêncio adotado por boa parte dos veículos de comunicação do país A revista defende abertamente a discriminalização das drogas, e oferece os argumentos para  justificar seu posicionamento. O tema surge sem melindres, sem preconceito leviano e sem adotar a grita geral que tende a ecoar o discurso de moralistas radicais e religiosos estelionatários.

Eu ainda sou contra a legalização. Convivi com usuários de drogas durante um tempo e adotei uma opinião radical quanto a isso. Até que seja completamente convencido de que a discrimilização é a melhor forma de combater esse problema de saúde pública, continuarei com a minha opinião. Mas os argumentos apresentados pela Carta devem ser levados em consideração por todos que estiverem interessados em discutir o tema.

Recomendo a leitura.

Enquanto isso, na Fábrica de Leads…

release

Chefe: Bom dia, Silva. Queria que você me explicasse a queda no número de leads produzidos nesta primeira semana. Que porra é essa, Silva?

Funcionário: Senhor, avaliamos o número como algo normal. Nesta época do ano os jornalistas costumam utilizar os mesmos leads de anos anteriores nas matérias de retrospectiva e perspectiva. A demanda cai sempre, é sazonal.

Chefe: Tudo bem. Vamos discutir as demandas de hoje então.

Funcionário: A primeira é desse rapaz de esportes, senhor. Ele está escrevendo sobre a maratona atlética das pessoas que trabalham como Papai Noel.

Chefe: Tá de sacanagem! O que é que deu na cabeça desses editores, meu Deus?

Funcionário: Fim de ano, chefe. Acabou o campeonato brasileiro. Acabaram as competições olímpicas?

Chefe: E não dá pra falar do Corinthians no mundial?

Funcionário: Já vai sair uma matéria disso, chefe. Mas eles resolveram fazer um link com o fim do mundo.

Chefe: Genial.

Funcionário: Outra demanda é da editoria de polícia. Tem uma garota tentando elaborar um lead pra uma apreensão de drogas.

Chefe: Muito bem. Quanto foi apreendido?

Funcionário: Trinta e quatro trouxinhas de cocaína, senhor?

Chefe: Que porra é essa, Silva? Trinta e quatro trouxinhas? E precisa de lead elaborado pra isso?

Funcionário: A menina tá fazendo teste no jornal, senhor. Quer impressionar os editores.

Chefe: Focas malditos. Não quero ninguem nessa demanda, entendeu? Se colocarmos isso no relatório o dono da empresa come meu fígado. Se é que ainda tenho fígado.

Funcionário: Um dos problemas dessa tarde é que as demandas estão demorando a chegar, senhor. As redações estão quase vazias.

Chefe: Tem explicação pra isso?

Funcionário: Almoço da Câmara de Dirigentes Lojistas.

Chefe: Hum. Ta explicado!

A cara de raiva do patrão é substituída por um a expressão de desespero ao ler o gráfico em vermelho no relatório.

Chefe: E esse lead cheio de gerundismo no caderno de cultura, Silva? Pelo amor de Gutenberg. Quem deixou passar isso?

Funcionário: Foi o nosso estagiário, senhor. Essa já é a terceira vez que isso acontece em menos de um mês de trabalho.

Chefe: E o que esse rapaz ainda faz na empresa? Demita-o imediatamente!

Funcionário: Senhor, gostaria de lembrar que este rapaz é o sobrinho daquele deputado federal. Foi fortemente recomendado pelo dono do jornal.

Chefe: Cacete. É f#@*$ trabalhar assim. Coloque este moleque para fazer o horóscopo então.

Depois de rever algumas anotações. O chefe se aproxima de Silva e passa a falar quase que por sussurros.

Chefe: Agora quero falar com você sobre uma denúncia de desvio de função. Fiquei sabendo que ontem fornecemos um lead para uma prova de redação. Isso é verdade?

Funcionário: É sim senhor. Eu mesmo tomei a liberdade de atender a essa demanda, senhor.

Chefe: E porque fez isso? Você tem anos de empresa e não sabe que esse tipo de auxílio é algo proibido?

Funcionário: Sei sim senhor. Mas esse rapaz estava fazendo vestibular, senhor. Ele quer ser jornalista. Tem um texto bom e é esforçado. Gosta de ler e escrever em um blog. Decidi investir nele porque pode ser alguém que facilite o nosso trabalho num futuro próximo.

Chefe: Entendi. Apague esse número do relatório e continue acompanhando este rapaz. Se passar no vestibular, em dois ou três meses ele já está escrevendo em algum portal de notícias. Pode apostar.

Mototaxystem Of a Down

Nada melhor que uma situação de caos para expor as garras daqueles que não têm compromisso algum com a coletividade, e se aproveitam do sofrimento de uns para benefício próprio. Ontem a cidade de Manaus parou com a irresponsável greve dos rodoviários, que se tornou ainda mais grave com a ineficácia de um prefeito ausente e sem escrúpulos. Isso tudo tornou o nosso fragilizado sistema de transporte coletivo inerme a um vírus altamente nocivo à nossa sociedade: Os Mototaxistas.

Já dei minha opinião sobre isso algumas vezes, e pode parecer até perseguição da minha parte. Mas a verdade é que ontem voltei a me incomodar profundamente com a atitude destes “profissionais”, que se aproveitaram da falta de ônibus em Manaus para extorquir parte da população. Pra variar, a parte com o menor poder de reação. Quem foi obrigado a utilizar deste serviço para trabalhar ontem, teve que pagar preços absurdos. Houve quem cobrasse R$ 50 em trajetos que, em dias normais, custam R$ 20.

É sempre bom lembrar que a regulamentação da profissão de mototaxista foi votada recentemente pela Câmara Municipal de Manaus, e espera a sanção do senhor prefeito. Na verdade, regulamentação não é bem a palavra para descrever isto, já que ninguém regula de verdade o serviço. Ninguém pune quem cobra preços abusivos. Ninguém controla sequer o número de motos existentes na cidade. Prefiro tratar essa medida como uma simples “permissão”.

Pois bem, os mototaxistas devem ganhar essa permissão para integrarem o sistema de transporte coletivo, composto por ônibus, taxis, executivos e alternativos. A ideia não é que haja uma disputa entre eles, e sim uma cooperação. Se o amigo leitor acha que o ônibus está demorando demais, pode optar por qualquer uma dessas alternativas. É a tal da redundância, para não deixar o usuário na mão. Estes grupos, no entanto, devem cumprir regras para se manterem na legalidade.

É aí que fica evidente o compromisso que os mototaxistas têm com a população de Manaus. No momento em que o trabalhador mais precisa de uma alternativa. No momento em que os ônibus não eram uma opção, eles decidem se beneficiar do caos e lucrar muito com isso. Me revolta pensar em tamanho egoísmo. Nem era necessário cobrar mais caro para ter um lucro absurdo. Sem ônibus nas ruas, qualquer mototaxista faria mais viagens por Manaus que o Amazonino  durante o seu mandato. E ganharia muito, mesmo cobrando um valor normal.

Aí eu lembro da época em que essa “permissão” estava em discussão na Câmara. Vereadores populistas posando ao lado dos mototaxistas, defendendo o direito que o “pai de família” tem para trabalhar. Aliás, a expressão “pai de família” foi muito usada para sensibilizar a sociedade da necessidade de garantir a permissão. Mas eu pergunto: Com a permissão na mão, qual foi o mototaxista que se sensibilizou com a situação dos pais de família que precisaram usar o serviço para trabalhar ontem? Quem optou por cobrar a mesma tarifa? Quem optou por não explorar os trabalhadores? Deixo a resposta pra quem sofreu com isso ontem.

O que será que os parlamentares defensores dos mototaxistas comentariam sobre isso? É difícil até saber, já que boa parte dos vereadores gazetou trabalho ontem.  Vai ver ficaram sem ônibus para trabalhar, né? Hoje, aparentemente, tudo voltou ao normal. As paradas continuam lotadas, mas com esperança de que o ônibus vai passar. Os ônibus continuam velhos, mas já estão nas ruas. O que ficou do dia de ontem foi apenas a certeza de que, com os mototaxistas, não podemos contar.

Batendo Ponto (sobre clichê e funcionalismo público)

Falo pra vocês com toda a experiência que a vida profissional me proporcionou até hoje, não há lugar mais clichê neste mundo que uma repartição pública. As pessoas, as expressões, os gestos e comportamentos são os mesmos em cada uma delas, independente da esfera de atuação, ou do ente que representa.

Não sei explicar se funcionário público tem complexo de inferioridade ou se ele sempre superestima a importância do colega ao lado. A verdade é que o companheiro de trabalho sempre ganha tratamento de rei nas relações interpessoais. Na porta do elevador da repartição, por exemplo, é fácil ouvir o seguinte diálogo:

– Tem vaga pra mais um aí?

– Claro, meu chefe. Se não tiver, eu saio daqui para você entrar.

Aliás, é normal promover o colega de trabalho com esse tipo de tratamento. Do presidente à tia do cafezinho, todos viram chefe, presidente, comandante, ‘meu patrão’ e tantos outros nomes. Menos o estagiário, claro. Esse nunca evolui. Mas, voltando aos exemplos, funcionário público sempre acha que o colega do setor ao lado é milionário. Principalmente na fila do banco:

– Olha aí o meu patrão. Esse é o único que ainda tem um dinheirinho aqui.

Mas o pior é quando chega a sua vez no caixa eletrônico, e lá de trás (como que do inferno) vez a voz do inconveniente colega de trabalho:

– Ei, me chefe! Tira tudo não, viu? Deixa um pouco pra mim.

Você tem que dar aquele sorriso amarelo e continuar a operação, não adianta. Funcionário público que se preze tem o felling de um roteirista do “Zorra Total”, e alguns mais esforçados chegariam fácil na “Praça é Nossa”. A capacidade de constranger é proporcional ao número de cargos comissionados em qualquer repartição pública brasileira.

Agora, o mais legal em agência bancária de repartição pública é no dia de pagamento dos aposentados. Ô dia animado, viu? Os velhinhos não encaram aquilo como obrigação, é um evento social. É a oportunidade de se encontrarem e colocar a fofoca em dia. Bate até a tristeza quando o atendimento chega rápido. Também e a hora ideal pra falar das novidades:

– Menina, enfartei duas vezes esse mês.

– Ai, já eu dobrei a quantidade de remédios. Tô pagando uma fortuna

– Meu 11º netinho nasceu esse mês

– Jura? Tá feliz?

– Claro, eu e meu filho estamos. Apesar de ter a mãe que tem, ele é lindo

E ainda dizem que vida de funcionário público é fácil.

Aquela lição de Eclesiastes…

No dia 8 de maio de 2008 eu escrevi um post nesse mesmo blog pra contar que eu havia passado no concurso da Suframa, e que estava na expectativa de uma convocação breve. Pois bem, breve ela não foi. Cá estou eu, três anos depois, para anunciar que já estou atuando em minha nova função do novo emprego.

Nem quero entrar em detalhe com relação aos motivos de tanta demora. Este nem é o verdadeiro objetivo deste post. A verdade é que tudo isso me fez refletir pro tempo exato das coisas, e da incapacidade do ser-humano de entender o andamento das coisas quando elas não acontecem da forma que desejamos.

De 2008 pra cá, muita coisa aconteceu na minha vida. Pessoas importantes entraram e saíram dela, aceitei e venci alguns desafios, ri e chorei por centenas de milhares de vezes. Coisas boas e ruins que julgo importante para o meu amadurecimento, para a construção do meu caráter, da minha experiência profissional e vivência.

Profissionalmente eu enfrentei a intensa e apaixonante vida de redação de jornal. Lá no Commércio, no Em Tempo e, por fim, no Portal D24AM. Fui repórter pra aprender a escrever com clareza, pra sempre encontrar a informação mais importante em cada fato, pra sempre ter perguntas qualificadas para os entrevistados, e buscar o diferencial.

Como editor do Portal, busquei o equilíbrio e mais conhecimento. Tive que aprender a liderar, a ponderar, a estudar (isso é algo que não podemos abandonar nunca). Conheci pessoas importantíssimas na minha vida, que me ajudaram nesse processo. Começar a citar colegas de trabalho que viraram grandes amigos é um convite à injustiça. Então, prefiro agradecer e acreditar que cada um de vocês vai ler esse texto.

Lembro que na época do resultado do concurso fiquei desesperado para ser chamado. Parecia a solução ideal para muitos problemas. Mas a convocação não veio. Se em 2008 eu tive dificuldade em entender tudo isso, hoje tudo me parece claro. Eu tinha que viver todas as experiências, meus amigos. Tinha que pular de cabeça na redação. Aprender com pessoas especiais e amadurecer para profissão. Agora chego aqui preparado e ainda mais feliz.

Então vamos em frente. Vamos com força, vamos com fé. Mas se tiver que esperar um pouquinho, se tiver que tirar o pé do acelerador, se tiver que ter paciência, eu terei. Meu grande avô citava Eclesiastes 3:2 pra me ensinar essa lição, mas, cabeça dura como sou, eu só aprendi com a vida. “Há tempo de nascer, há tempo de morrer. Há tempo de lutar e tempo de arrancar da terra o que se plantou”.

É que o nosso empresário é bom

Há duas semanas eu ví em um dos quiosques do aeroporto uma caixinha de madeira bem bonita, onde havia um desenho da Arena da Amazônia na tampa. Hoje também descobri que Manaus já ganhou uma placa de trânsito indicando a localização do estádio que será construído para a copa de 2014. Por enquanto a colossal arena nem está perto de existir, mas o turista já pode comprar souvenir do lugar e imaginar que ela está lá.

Infelizmente o nosso Estado tem essa capacidade absurda de vender o que não existe. De chamar atenção por coisas boas e grandiosas que não passam de ilusão. Nem vou entrar na polêmica discussão sobre a viabilidade de uma Copa do Mundo em Manaus, mas me sinto constrangido em ver que o Amazonas se vangloria por ter o estádio mais belo do Brasil, mesmo sabendo que ele ainda não passa da imaginação de meia dúzia.

Mas estes orgulhos tortos não começam aí. São de muito tempo, aliás. Manaus já teve o melhor prefeito do país (por duas vezes) sem que a população concordasse com isso de verdade. O Brasil já caiu no conto dos nossos “empresários”, e comprou um ministro dos transportes que deixou em desgraça o transporte público manauara. Como entender enganos dessa proporção? Sim, sabemos vender muito bem.

Recentemente a capital do “Extresso” ganhou um prêmio nacional por ser um dos melhores transportes públicos do país. A galera no T2 vaiou em peso. Ora, amigo leitor, nem precisa andar de ônibus pra saber da distância que estamos deste título. Veículos sucateados, sistema em crise, tarifa alta, greves…e eu me pergunto: “O que foi que eles viram aqui?”

Mas, pensando bem, esse engano é até explicável. Já que a “elite” sulista do país imagina Manaus como uma grande floresta habitada unicamente por índios selvagens que fogem de onças em suas canoas, saber que os “primeiros” ônibus começam a funcionar no meio da mata é de causar admiração. “Eles estão planejando um monotrilho? Nossa. Dá logo esse prêmio pra eles”.

Aliás, essa visão estereotipada do Amazonas também é responsabilidade nossa. Nem adianta culpar o Globo Repórter. Nossos “empresários” adoram divulgar o Estado como uma grande floresta verde, selvagem e isolada (sem falar da famosa sustentabilidade). Destacando o amazonense como o povo marginal que precisa viver sem as maravilhosas inovações encontradas apenas no sul do país. E isso vende, amigo. Como vende.

Mal eles sabem que é das mãos deste povo selvagem que surge boa parte destas inovações. Pelo menos disso podemos nos orgulhar. Aliás, já passou da hora de esquecermos o ilusório e passarmos a exaltar o que é bom de verdade: O povo amazonense, que só ta precisando de um pouquinho de auto-estima para começar a se valorizar e construir um futuro melhor e mais palpável.

Guia Agridoce Manaus 5.0 – Ele Voltou

Voltei, meus queridos. Após meses de uma abstinência bloguística, decidi enfim voltar a escrever por aqui. Peço desculpas pela ausência, e me comprometo a não tornar os intervalos entre os posts tão grandes assim.

Mas pra não dizer que esse tempo todo foi em vão, gastei boa parte dele me alimentando em biroscas, botecos e pé sujos. Tudo para ampliar negativamente meu conhecimento gastronômico na cidade e trazer para vocês mais uma edição do…

Lanche Família: Pão amanhecido só serve pra vatapá e rabanada. Vocês concordam? Mas o dono desse lanche costuma utilizar verdadeiros fósseis para fazer os sanduíches. É cada um mais duro que o outro, daqueles que viram farelo ao menor toque com o corpo humano. Se você reclamar eles até mandam outro, mas ele virá do mesmo jeito. (Aparecida)

Habib´s: A loja no Parque 10 deu para estragar umas das coisas mais gostosas da franquia: O mini kibe cremily. Pedir no delivery é quase certeza que eles chegarão rachados e secos de creme. No drive thru é muito raro que a esta mini-delícia chegue quentinha em sua boca. Espero, de verdade, que isso seja passageiro. (Parque 10)

Lanche do Pimenta: O sanduíche até que é gostoso, e o cardápio é bem variado. O problema está no delivery. Quando o pedido é em grupo, sempre tem um sorteado que fica sem lanche ou recebe o pedido trocado. Como a entrega demora um pouco, às vezes é melhor comer o que vier ou ficar com fome. (Parque 10)

Lanche Papa Légua: Este lanche volta a entrar na lista do Guia, e novamente por um pequeno detalhe. Reafirmo que a comida é gostosa, e a maionese caseira com orégano é uma tentação. Mas parece que o atendimento piorou na mesma proporção em que o lanche cresceu. O prédio é novo e os garçons agora têm palm tops. Mas eles parecem zumbis desinteressados nos clientes. Fingem que não ouvem e demoram com os pedidos. (Praça 14)

Mika’s Chopp: Essa não é experiência minha, e sim da @DeiseAnne. Ela fez um ótimo e revoltante relato sobre o péssimo atendimento neste estabelecimento, que virou um dos textos mais lidos do blog Cretinas Fellings. Com a autorização das autoras do Blog, tomei a liberdade de incluir aqui no Guia. Obrigado por compartilhar a experiência, meninas. E parabéns pelo blog (Eldorado)

O Guia Agridoce Manaus 5.0 fica por aqui, meus amigos. Confiram a , a , a e a edição deste guia, e não deixem de contribuir. Nosso exército de observadores está crescendo. Tá na hora de vencermos essa batalha contra os garçons mal educados, as lanchonetes sem higiene e seus donos avarentos.

Abraços

#GreveManaus

Nesta sexta-feira o usuário do transporte coletivo em Manaus não teve motivo algum pra reclamar dos ônibus velhos e lotados. E que neste dia 30 de abril de 2010, amigo leitor, os manauaras nem sequer tiveram os ônibus para se locomover.

O caos se instalou em Manaus. O sindicato dos rodoviários decidiu deixar as ameaças de lado e deflagrou uma greve geral da categoria. Os ônibus que saíram das garagens formaram uma fila indiana no Centro, e lá permaneceram por horas.

Sobrou pra quem? Para a população, é claro. Com os ônibus parados ninguém podia ir pra casa, pro trabalho ou pra qualquer outro lugar. Os poucos veículos que rodaram estava lotados, e demoravam horas para chegar.

Revoltada, a população não deixou por menos. Alguns ônibus foram destruídos e até cobrador levou porrada nesta tarde quente de abril. Com o centro parado, praticamente toda a cidade sofreu com congestionamentos intermináveis.

A confusão foi tão grande que o hashtag #GreveManaus foi parar no trending topics (ranking de expressões mais citadas) do twitter nacional. Criticas e piadinhas rolaram durante todo o dia. O nobre deputado Josué Neto, aliás, foi o único que achou a greve uma bobagem. “Um diazinho dá pra aguentar sim”.

No meio de toda essa confusão, palmas para a equipe de vídeo do Jornal Dez Minutos, que fez uma ótima cobertura do ocorrido. Para quem quer saber mais detalhes sobre o ocorrido, é só acessar as reportagens no Canal do Dez Minutos no youtube.

Toda repercussão fez com que o prefeito Amazonino desistisse de participar da inauguração da praça da Saudade, que aconteceria na noite de hoje. Aliás, o Negão é um dos grandes responsáveis por esse caos, ainda que tente desnvincular de sí essa responsabilidade.

A prefeitura tem sim que intermediar negociações salariais entre os empresários e a categoria. Afinal, e ela a gestora do sistema. Mas, pelo contrário. Amazonino Abre as pernas para os empresários e acaba na mão também dos trabalhadores. Preciso dizer novamente quem se dá mal nessa equação?

É isso aí, minha gente. Vamo que vamo.

A foto é do meu compadre, Arlesson Sicsú

Humor negro e laranjado

Com o falecimento do desembargador Kid Mendes nessa quinta-feira, a audiência entre o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), João Simões, e representantes dos garis demitidos pela prefeitura teve que ser remarcada.

No encontro, os ex-servidores municipais pediriam auxilio ao tribunal para cobrar da prefeitura o cumprimento de uma liminar que impede a demissão de funcionários temporários com mais de cinco anos.

Frustrados, os garis abandonaram a frente do TJAM e programaram uma manifestação para a próxima segunda-feira, na entrada da secretaria municipal de limpeza pública. No entanto, o clima foi de humor…ainda que negro.

“Estamos com azar mesmo. Eu rezei tanto para o Amazonino morrer e a praga acertou o coitado do desembargador”, lamentou uma das garis que esperavam uma resposta positiva por parte do tribunal.

O humor pode até ser considerado um tanto quanto pitoresco. Mas o que podemos esperar de quem acabou de perder o emprego de forma tão humilhante, de quem foi chamado de bêbada e escorraçada do trabalho, de quem tem filhos pra criar e não sabe como vai alimentá-los a partir de agora? Se tem humor, já é uma vitória